Operação Piloto: Justiça encerra ação contra Beto Richa

O deputado federal Beto Richa, ex-governador do Paraná, foi inocentado pelo Juiz Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira da 3.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba no caso da Operação Piloto. O Ministério Público o acusou de improbidade administrativa, alegando favorecimento à empreiteira Odebrecht na duplicação da PR-323 entre Maringá e Francisco Alves. A investigação, relacionada à Lava Jato, associou Richa a irregularidades na gestão das rodovias paranaenses desde setembro de 2018.

O juiz arquivou o processo na última sexta-feira (20), citando uma mudança legislativa em 2021 que exige uma “comprovação da responsabilidade subjetiva” para acusados ​​de improbidade administrativa. Isso significa que o Ministério Público precisaria provar que Richa agiu intencionalmente para causar prejuízo aos cofres públicos. Sem novas provas nesse sentido, o juiz decidiu pelo arquivamento.

Richa comemorou a decisão, chamando-a de “importante vitória sobre acusações infundadas”. Ele alegou que houve uma tentativa de criminalizar sua gestão pública sem apresentação de provas.

Apesar da vitória, Richa ainda enfrentou uma ação na Justiça Eleitoral relacionada à Operação Piloto.

O que é a Operação Piloto Revelou?

Iniciada em setembro de 2018, a Operação Piloto investigava um suposto esquema de propina no contrato de duplicação da PR-323 entre Maringá e Francisco Alves. A obra, avaliada em R$ 7,7 bilhões, foi considerada a mais valiosa da história da Secretaria de Infraestrutura na época.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Richa teria favorecido o consórcio Rota das Fronteiras, líder da Odebrecht, na licitação, recebendo uma propina de R$ 7,5 milhões. Parte desse valor teria sido registrada em uma planilha da Odebrecht com o codinome “Piloto”, possivelmente referindo-se a Beto Richa. Outra parte teria sido paga por meio da venda de um barracão em Curitiba, com preço inferior ao valor de mercado, para uma empresa da família Richa.

Em resposta, Richa negou irregularidades, esclarecendo que a aquisição do barracão foi devidamente explicada e não houve qualquer irregularidade.