“Quando vi ele na sala de emergência, fiquei paralisada”
No último domingo (24), o pequeno Vitor Hugo de Freitas, de apenas quatro anos, completou um mês internado após ter 40% do seu corpo queimado em um acidente doméstico que sofreu com leite fervendo. Ele continua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário de Londrina. Na manhã desta segunda-feira (25), a mãe de Vitor Hugo, Angélica Aparecida de Freitas, concedeu entrevista à Agora FM para falar sobre como tem sido o dia a dia da família após o ocorrido.
“Agora no momento ele tá bem. Ele ainda está na UTI, mas pelo quadro que ele está agora, está bem. Tem algumas dificuldades ainda. Ele dorme durante o dia, e de noite fica acordando e reclama muito de dor. Pra se alimentar está um pouco difícil também, porque é pela sonda. Apesar disso, os médicos estão programando a alta dele. Vai passar por alguns exames para ver se tem alguma infecção, alguma coisa assim, para receber alta”, conta Angélica.
A mãe relata que o filho precisou passar por três cirurgias de transplante de pele, o enxerto, desde que deu entrada no HU, e também tomou dez bolsas de sangue. A equipe médica que faz o tratamento do menino acredita que ele deve receber alta daqui a três ou quatro semanas.
O dia do acidente
“No dia do acidente, eu estava trabalhando. O Vitor Hugo estava em casa com a minha sogra e uma babá que tínhamos contratado recentemente. A babá me ligou e falou ‘Angélica, vem embora que o Vitor se queimou’. Na minha cabeça não era uma queimadura tão grave. Quando cheguei no Pronto Atendimento, perguntei pra minha sogra onde ele estava, e ela me falou que ele estava na emergência. Foi o primeiro momento de desespero”, conta a mãe.
“Quando vi ele na sala de emergência, fiquei paralisada, sem saber o que fazer. Quando eu perguntei pro médico, me disseram que era gravíssimo e precisava de uma UTI. Ele foi levado para o primeiro hospital, e de lá iria para Curitiba. Os médicos só falavam que o estado dele era grave e poderia ser pior. Naquele momento o nosso coração ficava apertado. E aí conseguimos uma vaga em Londrina, que é onde ele está agora”, complementa.
Rotina de viagens
Angélica estima que, desde que Vitor Hugo foi internado, a família gastou pouco mais de R$ 2 mil em transporte para acompanhar o tratamento da criança. Ela, o marido Gustavo e outros familiares se revezam no hospital. Uma parente próxima emprestou o carro dela para que a família pudesse se deslocar até o HU de Londrina.
Para ajudar nos custos do deslocamento, amigos se mobilizaram e estão promovendo uma rifa, que vai sortear como prêmio um kit esportivo. “O Marcinho da loja Oliveira Imports e a esposa dele montaram uma cesta para fazer a rifa pra gente”, detalha Angélica.
Os números da rifa custam R$ 10, e estão disponíveis na Oliveira Imports [Avenida Amazonas, ao lado da sapataria do Zé Orlando], no Posto Brasil [Avenida Amazonas, ao lado do Restaurante Limão Rosa], Mercado Compre Bem [Rua Custódio da Rocha, 459, Jardim Nova América] e na conhecida oficina do Thiago [ao lado do Pronto Atendimento Municipal].
O sorteio será no dia 30 de setembro, com transmissão ao vivo pela Agora FM.
Família se prepara para receber Vitor Hugo de volta
Com a perspectiva de Vitor Hugo ter alta em breve, a família agora busca ajuda para garantir que a casa onde moram possa recebe-lo. “Ele não pode ter contato com poeira, com pelos de animais, e nem com a luz do sol por causa do enxerto”, explica Angélica.
A família está procurando pessoas para adotarem os gatos que estão na casa, e também a doação de uma tv para colocar no quarto onde Vitor Hugo ficará. “Nós estamos correndo atrás, e toda ajuda será muito bem-vinda, já que quando ele sair do hospital vai ficar apenas em casa, em um quarto que tem que ser esterilizado, e voltar frequentemente para Londrina por causa do tratamento”, conclui a mãe.