A simplicidade de um Natal  

Todo mundo tem um Natal que ficou gravado na memória. Seja pela companhia de alguém querido, por um presente tão desejado ou pela simplicidade que aqueceu o coração, esse dia se torna um marco em nossas vidas. 

Essas memórias especiais transcendem o tempo, resgatando sentimentos de amor, esperança e união São fragmentos de histórias que moldam quem somos e nos conectamos às nossas raízes. 

Convidamos duas leitoras do Jornal Agora para compartilharem suas histórias emocionantes. Em um mundo tão acelerado, essas histórias nos lembram do valor das coisas simples: um abraço apertado, uma conversa ou até mesmo o silêncio compartilhado.   

A simplicidade de um Natal  

Quando eu era criança, via o Natal como um tempo de espera… Espera por parentes, por presentes, de um jantar delicioso, de casa cheia, de primos para brincar, de risadas. 

Quando eu era jovem, via o Natal como um tempo de magia… Magia da árvore de Natal, das luzes da cidade, das amizades, de um grande amor. 

Com a chegada da vida adulta, passei a ver o Natal como um tempo de lembranças… Lembranças de bons momentos, dos que partiram, da inocência da infância, da leveza da vida.  

O Natal a ser relembrando foi o de 1997. Nos reunimos, como o de costume, na casa do meu namorado. Como nossas famílias eram bem próximas, essa era uma prática constante. 

 O local escolhido foi a garagem da casa e cada grupo familiar levou um prato. Tudo era muito simples, mas repleto de capricho. A mesa com uma linda toalha que tinha um enorme bico de crochê, pratos de duralex na cor âmbar, copos de variados estilos e um enfeite de Natal ao centro. Os convidados ficaram acomodados em cadeiras em torno da mesa. 

O que importava realmente na noite de Natal era estar em família e vivenciar boas conversas sobre os acontecimentos do Ano. 

Esse Natal foi especial pois fiquei noiva. Eu, Valéria, era namorada do Maurício por quase dez anos e resolvemos nos comprometer oficialmente diante da nossa família. Trocamos alianças, rezamos, comemos, fizemos um discurso e teve até um brinde com champanhe. Nessa noite firmamos a promessa de construirmos uma família nos propósitos de Deus.  Foi uma noite com muitas emoções.  

O propósito se cumpriu, casamos em 1998, tivemos uma filha, vivemos lindos Natais, mas a morte nos separou.  

A minha história, como de tantas outras pessoas, vem nos afirmar de que todos os Natais são diferentes, mas cada um tem sua significância. Alguns nos marcam mais e são mais alegres, outros, carregados de lembranças de um tempo que não voltará.  

Comemorar o Nascimento de Jesus, nos faz perceber que a vida cumpre seus ciclos, que devemos nos importar e vivenciar os momentos que nos são proporcionados por mais singelos que sejam.  

Valéria Cristina de Souza Pinheiro