2024: Pode ser o ano mais quente da história
Com uma sequência de registros mensais de temperatura, 2024 caminha para se tornar o ano mais quente já registrado na Terra, com uma média 1,55°C acima dos níveis. Embora esse aumento possa parecer pequeno, ele ultrapassa um marco fundamental previsto pelo Acordo de Paris, o principal tratado global para controle do clima.
Uma elevação de 1,5°C é considerada pelos cientistas como um “ponto de virada”, um limite além do qual os eventos climáticos extremos, como inundações, secas, incêndios e crises de abastecimento, tornam-se muito mais frequentes e severos. Em 2024, por exemplo, o mundo já sofreu inundações na Espanha, furacões nos Estados Unidos e nas Filipinas, secas em regiões da África, ondas de calor na Europa e eventos climáticos devastadores também no Brasil.
Mas por que o planeta está tão quente? As duas principais causas são as emissões crescentes de gases de efeito estufa e a intensificação do El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico, impactando diretamente o clima global.
E os impactos disso não são apenas ambientais: o bolso da população também pode sentir. Se as temperaturas continuarem a subir, a renda global poderá ser reduzida em até 20% até 2050, com o PIB global projetado para sofrer uma queda de quase US$ 40 trilhões, principalmente devido aos efeitos na agricultura. Com o setor agrícola representando cerca de 5% do PIB mundial, eventos climáticos extremos podem ter um impacto econômico ainda mais significativo em países como o Brasil, que depende diretamente dessa atividade.