Tiago Nunes traça prazo mínimo para readaptação do Corinthians
O técnico do Corinthians, Tiago Nunes, voltou a dar uma entrevista depois de mais de três meses de silêncio e trabalho longe dos gramados.
O treinador analisou o que foi feito no período longe do CT Joaquim Grava e traçou um panorama do futuro do Timão. Para ele, a nova “pré-temporada” precisará ser de, no mínimo, 25 dias.
– Com um tempo de parada tão extenso, de quase 100 dias, a gente acredita que precisa no mínimo de 25 a 30 dias de preparação. É o período básico para voltar com segurança na integridade física e com ritmo de treinos básico para voltar a competir. Ainda temos dúvidas neste cenário do que vai acontecer, mas é um tempo básico para ter um bom retorno para as competições – disse o técnico, em entrevista à Corinthians TV, depois do primeiro treino com bola.
– Os atletas pareciam crianças que estavam voltando a um parque de diversões. A razão nossa de existir no futebol é a bola. É o brinquedo que nos fez estar aqui. Os atletas se mostraram muito conectados aos treinos, com muita alegria para execução.
Nesta quarta-feira, o Corinthians fez seu primeiro treino com bola desde o começo da paralisação. Depois de uma semana de avaliações físicas e agora com todo o grupo à disposição, Tiago começa a preparar a equipe para o retorno dos campeonatos no segundo semestre.
– Foi uma semana praticamente de atividades para ter um parecer físico da condição dos atletas. Ficamos satisfeitos num primeiro momento pelos cuidados que tiveram nas suas casas, todos mantiveram uma rotina de treinos que deu para perceber pelo retorno, tiveram bom rendimento nos testes. A preocupação é dar uma condição atlética mínima para os jogadores voltarem às atividades com bola. Foi o que foi buscado neste primeiro momento. E preservar a saúde deles para, no retorno com bola, estarem o mais adaptados possível às atividades – explicou.
Promoção dos garotos
O retorno às atividades contou com a presença de jogadores do sub-20 e do sub-23 do Corinthians. O treinador aproveitou a entrevista para explicar quais são suas intenções ao chamá-los. Gabriel Pereira, Roni, Ruan Oliveira e Matheus Donelli foram os escolhidos.
– A intenção principal é deixar nosso grupo um pouco maior. Sabemos que o calendário da base está muito prejudicado neste ano, talvez nem tenham competição, não há previsão de retorno. E como achamos que terá um acúmulo de jogos em pouco tempo, a gente resolveu aumentar o volume do grupo principal. Como não teria a rotina de requisitar diariamente, atletas de polivalência e potencial técnico e história no clube, com boas atuações na categoria, passam a ser opções nos jogos e na rotina de treinamento – afirmou.
Treinamentos na pausa
– O departamento físico ficou responsável pelo controle diário dos treinamentos, pela rotina física dos atletas, pelas atividades que eles realizavam nas suas casas, e a comissão técnica mais responsável por avaliações táticas e aspectos mais específicos do jogo. A gente acabou reunindo algumas vezes para ter o feedback dos jogadores a tudo o que fizemos, mas houve sempre uma interação diária com todo mundo.
Reuniões na quarentena
– Reuniões com o grupo todo, reuniões por setores, onde tivemos conversas técnicas, táticas, sobre nosso ambiente de trabalho, para ter um alinhamento melhor do nosso dia a dia, para que no futuro retorno tivéssemos o máximo de alinhamento possível nas ações que fossem tomadas, e foi algo bem produtivo para construir esse retorno.
Entrosamento
– O entrosamento depende muito da rotina de jogos, dia a dia, só o tempo dá isso. Todas as equipes tiveram parada involuntária por tudo o que aconteceu, e todas vão passar pelo mesmo processo. Naturalmente, as equipes que estão há mais tempo juntas levam certa vantagem na readaptação, no entrosamento e na melhora na parte física, mas daremos o máximo de condições para que os atletas voltem bem.
Dia a dia sem treinos no CT
– O nosso trabalho não parou neste período. A gente deu continuidade, primeiro fazendo uma avaliação muito minuciosa de tudo o que construímos num primeiro momento dentro e fora do campo. Construímos reuniões com a comissão técnica, englobando todos os setores, para que pudéssemos ter um alinhamento e uma reflexão do que construímos, e também reuniões com os próprios atletas.
Desequilíbrio
– O Corinthians foi uma das equipes que sofreu com esse desequilíbrio técnico, pois jogou em casa na última rodada num jogo sem torcida. A torcida do Corinthians é única, faz papel diferencial para os jogadores, não tem como representar a presença dela com microfones, com som, é um calor humano que só existe no Corinthians. Tem um desequilíbrio, mas também um nivelamento maior, onde as equipes em teoria vão estar em condições parecidas para competir dentro de casa.