Aos 17 anos, filho de Fernandão segue passos do pai no Inter: “Todo gol que faço é para ele”

Pelas feições, demora até relacionar um ao outro. Mas é só Enzo Bizzotto Costa começar a se movimentar em campo que as comparações com o pai, Fernandão, escorrem pela memória dos colorados. O jovem de 17 anos desponta no sub-17 do Inter à imagem e semelhança do Eterno Capitão.

A morte de Fernandão em um acidente de helicóptero completa seis anos neste domingo. Justamente no dia em que a RBS TV e o GloboEsporte.com transmitiram o título mundial do Inter no Japão, erguido pelo capitão colorado.

“Todo gol que faço, dedico para ele. Ajoelho e aponto para o céu em homenagem a ele. Todo gol que faço é para ele” (Enzo, filho de Fernandão)

Antes meia, hoje centroavante, Enzo assinou o primeiro contrato profissional em setembro do ano passado até 2021. Sonha em chegar à seleção brasileira, mas o momento agora é de buscar uma chance no grupo principal colorado.

– Eu fiquei muito feliz (com o contrato). É meio que uma prova que as coisas podem dar certo, que está indo no caminho certo. Mas também não quer dizer nada. Em dois anos, acaba o contrato e, se não for bem, não tem garantia que vou ficar – diz Enzo em entrevista exclusiva à RBS TV.

O atacante admite que a velocidade não é seu forte e, tal qual o pai, precisa “ler” a jogada e tentar antecipá-la. Confessa que as comparações com Fernandão já o incomodaram mais, porém, ao vasculhar lances do ex-jogador na internet, obrigou-se a aceitar a proximidade das características.

– Quando era mais novo, não é que atrapalhava, mas eu ouvia e dava mais bola para essas coisas. Hoje, se escuto, agradeço e fico muito honrado quando me comparam com meu pai. Mas não levo muito a sério porque vai ser muito difícil chegar aonde ele chegou. Cada um tem seu jeito e suas características dentro de campo – comenta.

Na torcida, estão a mãe, Fernanda Bizzotto, e a irmã gêmea Eloá. Fernanda preocupa-se com as comparações. Internamente, trata do assunto com Enzo na base da conversa e nutre a expectativa de que as pessoas não levem o assunto como um fardo para o filho.

“Não é uma coisa fácil, ele vai ser comparado. Eu não posso dizer tecnicamente, mas as pessoas falam que ele parece muito jogando. A posição é a mesma e ele cabeceia muito parecido. Tem vários trejeitos do pai” (Fernanda Bizzotto, viúva de Fernandão)

– O que eu tento, e espero que as pessoas entendam, é que ele vai construir a história dele e do jeito dele. Tudo depende do quanto vai merecer e se dedicar. A gente espera que dê tudo certo e a expectativa que todo mundo tem se realize. Mas ele é o Enzo, do jeito dele e vai escrever a própria história – ressalta Fernanda.

Quando podem, mãe e irmã acompanham as partidas do garoto. As duas chegam a travar discussões acaloradas sobre o desempenho dele. Uma grita, a outra responde. É o nervosismo falando mais alto.

– Eu brigo com a minha mãe, que xinga ele (risos). Tadinho! Ele está tentando. Eu amo muito ver o Enzo jogar. Ele não gosta que eu vá nos jogos, nem a minha mãe. Mas a gente não se importa e vai mesmo assim. Com o Enzo e o Inter, só falta eu infartar – brinca Eloá.