Terapia: Por que e para quem?
Artigo escrito por Weslley Knupp*
De acordo com um estudo realizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) nos últimos anos, 86% dos brasileiros sofrem com algum transtorno mental, como ansiedade e depressão. O Brasil é também o campeão no ranking de países com o maior número de pessoas ansiosas, com 9,3% de sua população sofrendo com algum transtorno ansioso.
Atualmente, amplas discussões têm sido realizadas e divulgadas sobre saúde mental. E embora tenhamos uma série de profissionais e conteúdos especializados nas redes, ainda existem muitos mitos, dúvidas e receios que afastam as pessoas do tratamento especializado em saúde mental.
Essa resistência pode existir independentemente do gênero ou da idade, mas a experiência mostra que a população masculina e as pessoas idosas apresentam grande receio em buscar tratamento especializado. Tal dificuldade está diretamente conectada aos preconceitos arraigados em nossa cultura. Afinal, quem já não ouviu que “terapia é para gente doida”, “terapia é frescura” ou que “terapia não é coisa de homem”?
Por isso, ao estar diante do sofrimento mental/emocional, devemos reduzir nossas preocupações com esses preconceitos sociais (que só potencializam o nosso sofrimento) e aumentar nosso engajamento com a vida que queremos viver. Afinal, ninguém fará isso por você! Só assim estaremos mais conscientes dos passos que devemos tomar para nos aproximarmos da vida que desejamos.
Portanto, este texto é para você que gostaria de viver uma vida mais leve, valiosa, com menos sofrimento e mais rica em significado. Ou seja, uma vida que valha a pena ser vivida!
Terapia: Por que?
Imagine que você está caminhando sobre um campo ou um gramado e a única coisa que você tem com você é uma pá. De repente, você cai sobre um buraco grande. Você grita, mas ninguém te ouve. Você tenta escalar, mas sem sucesso. A única coisa que você tem com você é a pá. Você tenta cavar pelos lados, mas mais terra desmorona sobre você. Na ânsia de ter que fazer algo, você tenta, então, cavar para baixo, afinal, quem sabe isso te leve para algum lugar. Por fim, depois de muito cansaço, você se dá conta de que seu buraco está cada vez maior e que será ainda mais difícil sair dele. O sentimento de desespero é enorme. Nesse dilema, existe você e tentativas falhas de sair do buraco. E assim fica o questionamento: e agora? O que fazer?
A terapia é para você que sente que “caiu” numa dificuldade emocional da qual não tem conseguido sair. É para você que sente que já tentou de tudo para reduzir a ansiedade, melhorar a depressão ou diminuir qualquer comportamento ou sintoma que gere sofrimento, mas que não teve sucesso. É para você que, sozinho(a), já perdeu as esperanças de que algo vai mudar ou melhorar na sua vida.
Nesse contexto, a psicoterapia (com psicólogo) ajudará você em 4 principais aspectos. São eles:
- Descobrir o porquê de ter “caído no buraco”;
- Descobrir o porquê de não conseguir sair dele;
- Ensinar o que fazer quando cair em um buraco;
- Ajudá-lo a viver uma vida valiosa, apesar dos buracos presentes na jornada.
Além disso, você sabe por que a terapia é importante? A resposta é simples: PORQUE VOCÊ É IMPORTANTE! A terapia é o espaço onde nos deparamos com nós mesmos e nos conscientizamos do “que” e “como fazer” para reduzir nosso sofrimento e aumentar nosso nível de felicidade. É onde aprendemos a assumir a figura de protagonismo de nossa vida e de nossa mudança.
Terapia: para quem?
A terapia é para qualquer pessoa que queira construir uma vida que valha a pena ser vivida. Isso significa que qualquer indivíduo que queira viver uma vida mais leve, com menos sofrimento e mais felicidade, pode se beneficiar da terapia.
É certo que é impossível viver uma vida sem sofrimento, mas também é correto afirmar que é possível aprender novas formas de agir e se comportar, sabendo lidar com os “buracos no meio do caminho” que fazem parte significativa (mas não total) de nossas vidas. E se tem uma frase com a qual eu concordo, é a da Psicóloga Karina Okajima Fukumitsu, que diz: “Se tem vida, tem jeito!” E tem mesmo!
Reduzir comportamentos indesejáveis e aumentar comportamentos desejáveis e que gerem resultados mais positivos e saudáveis em nossa vida é a grande entrega de uma boa psicoterapia.
Concluo dizendo que qualquer pessoa (seja criança, homem, mulher, idoso ou casal) pode se beneficiar da terapia. Para esse desafio, só pedimos o interesse em viver uma vida mais valiosa e a coragem em assumir esse compromisso… com você… por você!
*Weslley Knupp é psicólogo comportamental (CRP: 08/28270). @psiknupp no Instagram.