Ideia da viagem
O efeito de ouvir o prefeito prometendo descobrir e punir quem estava espalhando as iniciais CPUM pela cidade foi tomando conta da cabeça de João Juvêncio.
Tremia. Suava de medo. Tinha sido ele. Seus dois amigos, Zóio e Altamiro observavam apreensivos seu estado psicológico e físico.
Pele roxa, suor escorrendo, pálpebras delirando.
Com medo dos castigos, os dois foram tentando conduzir João para sua residência.
Em delírio, João se lembrava.
O Tio Nagib sempre contando histórias sobre discos-voadores. Teria avistado várias vezes.
Perto da Caverna do Cambota. Próximo ao encontro do Rio Pirapó com o Araçu. Também teria avistado no Lombo da Égua.
Chegou a dizer, uma vez, que fora abduzido no km 14 da Estrada Alegre e só foi libertado, no dia seguinte, no final da Estrada Rochedo.
Teve também um amigo do Tio, o Ariovaldo, que sempre repetia que,vem todas as madrugadas da terça-feira de Carnaval, por anos, era perseguido por naves alienígenas. Sempre morrendo de medo das grandes luzes que dançavam no céu.
Estas histórias entraram nas cabeças dos moleques. Passaram a sonhar. Serem pesquisadores dos tais discos-voadores. Queriam descobrir. Famosos seriam.
Foi, por isso, que num intervalo das aulas, João propôs criar a CPUM, a Central de pesquisas Ufológicas de Mandaguari.
-Criar a sigla CPUM é fácil, disse o Altamiro, enquanto engolia uma bolacha água e sal. Quero saber mesmo é do que vamos precisar, equipamentos e materiais para aprofundarmos as pesquisas. Quais.