A voz da Cultura na Câmara
Jornal Agora: A sua candidatura surpreendeu muita gente, né?
Marcio Cledson: Sim, até pelo meu nome, eu sair para candidato a uma vaga na Câmara já foi uma surpresa. Porque a princípio não era pretensão minha, eu nunca falava de política na minha rede social porque meu foco é na cultura e nos esportes. E quando vi o convite para ser candidato eu pedi apoio dos meus familiares e amigos e deu certo.
Você fez uma campanha diferente e foi um estouro. Como você avalia esse processo?
Eu comecei a participar das reuniões e vi que para fazer tudo em grupo era muita gente e cada coordenador faz uma tarefa e você fica perdido. Eu até acompanhei tudo, mas eu tinha uma agenda grande e não estava contente com isso, porque eu estava perdido e não estava à frente do que eu ia fazer. E decidi fazer eu mesmo a minha campanha, fui lá e fiz minha própria bandeira e fui para a rua porque não tinha dinheiro para contratar pessoas para fazer isso para mim. Fiz uma música e um clipe, e deu muito sucesso.
Você foi eleito junto com a Ivonéia. Como imagina que será essa relação?
A relação com a nova prefeita sempre foi excelente e agora estamos aguardando a equipe dela e que a gente tenha a mesma proximidade que temos com ela, porque não adianta só ter um bom relacionamento com o prefeito, estando agora como vereador você tem que lidar com todas as áreas.
Você pretende trazer a bandeira LGBT+ para a política?
Eu não sou muito de levantar bandeira. Não é sobre a questão de ser discreto, porque eu não preciso disso. Toda a minha vida eu nunca tive esse problema com a sociedade e não sofro preconceito, mas estou aqui para quem quiser que eu discuta sobre isso. Eu vivo dessa forma a minha vida inteira, mas não tenho conhecimento sobre isso. Não sei se Mandaguari precisa disso porque é uma cidade pequena e acolhedora e se tiver algum grupo que queria levantar a bandeira estaremos a disposição para ouvir e conhecer.
A sociedade está precisando muito da cultura, não é?
Sim. Me incomoda essa questão porque não temos calendário cultural e de esporte e ninguém faz nada por isso. Quando eu estava no departamento de cultura havia esse calendário, eu ficava dependendo que aceitassem meu trabalho. Não tem nada de cultura em Mandaguari porque a pessoa responsável por isso não tem competência, então eu espero que a Ivonéia coloque pessoas com competência para fazer a gestão dessas áreas.
É possível que você deixe a Câmara para ser secretário de cultura?
Não, impossível. Não veio o convite, mas antigamente já tinha um pré-convite caso eu não me elegesse. As pessoas acreditaram em mim e na minha campanha então tenho que honrar isso.
Gostaria de deixar uma mensagem para os eleitores que acreditaram em você?
Quero agradecer muito a todos que votaram em mim e confiaram em mim, estou muito feliz e vou mostrar isso no meu mandato e vocês terão muito orgulho do meu trabalho.
*Entrevista publicada na 358ª edição do Jornal Agora