‘Inclusão existe muito bem no papel, mas na prática sofre bastante’, diz 1º vereador cego eleito em Pato Branco

O primeiro vereador cego eleito em Pato Branco, no sudoeste do Paraná, Rafael Celestrin (PSD), tem como principais bandeiras a busca por maior acessibilidade na cidade e a capacitação de professores para que a educação seja mais inclusiva.

Eleito com 885 votos, o candidato disse que qualquer outro vereador poderia levantar as bandeiras da acessibilidade e da inclusão, entretanto, nenhum fez isso em 68 anos de legislatura do município.

“A inclusão existe muito bem no papel, mas na prática sofre bastante. O avanço nas políticas de inclusão só é possível por meio da comunicação, informação e conhecimento. Só assim conseguiremos derrubar essas barreiras”, afirmou.

Celestrin tem 31 anos e perdeu a visão na adolescência, por causa da rara e genética doença vitreorretinopatia exsudativa familiar. Desde então, luta pelos direitos de igualdade.

“As calçadas estão em péssimas condições, sem manutenção, mas as pessoas que não têm necessidade não notam essa dificuldade. Eu sinto na pele essa falta de infraestrutura, enquanto os demais só lembram desse problema quando acontece um acidente ao tropeçar ou cair”, disse sobre a falta de acessibilidade.