Sobe o número de paranaenses que não conseguem pagar dívidas
As dificuldades financeiras enfrentadas por grande parte das famílias, com demissões e redução da renda, começam a refletir na solvência das dívidas no Paraná. A parcela de pessoas com contas em atraso aumentou 16,9% em um único mês, passando de 25,6% em maio para 29,9% em junho. Já as famílias que não terão condições de pagar suas dívidas em atraso chegam a 14,5%, maior porcentual da série histórica da pesquisa, iniciada em 2010.
Os dados fazem parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). Ainda segundo a pesquisa, 89,5% das famílias no Estado possuiam algum tipo de dívida em junho. Em maio, esse porcentual era de 89,6%. A média nacional de endividamento é de 67,1%.
Fato fora da curva, a parcela de consumidores das classes A e B que não terão condições de pagar seus débitos em atraso subiu de 1,3% em abril, para 7,6% em maio e, agora em junho, saltou para 14,5%, mostra que a crise da pandemia atinge todos os segmentos.
Nas famílias com renda inferior a dez salários mínimos, endividamento atinge 88,2%, e a falta de condições para pagamento das dívidas aumentou de forma mais branda, passando de 11,6% em maio para 14,2% em junho.
Apesar do cartão de crédito ser o tipo de dívida mais comum dos paranaenses (69,7% citaram que possuem dívidas no cartão), o crédito consignado foi a modalidade que mais aumentou no último mês, com elevação de 53,7%. No somatório do crédito consignado e do crédito pessoal, esse aumento foi de 83,4% em relação a maio.